O policial militar que fez o primeiro atendimento na casa em
Paracuru, no
Ceará, onde Marcelo Barberena, de 37 anos, confessou ter matado a mulher e a filha de oito meses no último domingo (23) relatou detalhes do primeiro contato com o suspeito ao
G1. Segundo o cabo Hugo Alberto Moura de Sousa, o gaúcho de 37 anos levantou suspeitas ao mudar de comportamento na presença dos sogros durante a primeira vistoria da polícia no local.
"Quando entramos (ele e outro PM) na casa, vimos um sujeito em posição fetal em cima de um colchão na área. O outro que nos recebeu, cunhado dele, foi quem ligou para a polícia e nos recebeu, contando que a casa havia sido roubada. Em nenhum momento, o gaúcho se manifestava, até que perguntamos quem foi o primeiro a ver as vítimas e ele se acusou dizendo que acordou cedo, antes das 6h e que procurou a mulher para 'namorar' e então percebeu que ela estava morta", relatou o policial.
Ainda de acordo com o cabo, a primeira mudança brusca de comportamento do suspeito foi quando os sogros dele chegaram ao local. "Ele não esboçava nenhuma reação ou sentimento e aquilo já estava chamando nossa atenção, mas quando o pai e a mãe da Adriana chegaram ele fez um teatro, entrando em desespero, chorando e até abraçando os sogros. Depois, ele começou a dizer que ele e a mulher tinham inimigos que poderiam ter acesso a casa e cometido o crime. Aquilo nos intrigou. Pedimos que os três permanecessem na casa até a chegada da perícia", lembra o PM.
Divórcio e Ciúmes
O homem que confessou ter matado a mulher e a filha de oito meses com tiros em uma casa de veraneio no Ceará disse em depoimento à polícia que estava em fase de divórcio com a mulher e que "tinha muito ciúmes dela e da bebê". A declaração foi divulgada nesta terça-feira (25) pela delegada Socorro Portela, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Nesta tarde, prestaram depoimento a babá da criança morta e familiares do suspeito. O irmão e a cunhada dele, que estavam na casa no momento do crime e sustentaram a versão de roubo no local, também foram ouvidos. "A família, assim como a própria vítima, não é obrigada a criar provas contra o suspeito. Baseado nisso eles não depõem como cúmplice, mas como testemunha", afirmou a delegada.
Babá prestou depoimento na tarde desta
terça-feira (Foto: Tereza Tavares / TV Verdes Mares) Babá diz não ter presenciado brigaA primeira a depor nesta tarde foi a babá Rafaela Nogueira, que cuidava da criança da filha do casal, Jade Carvalho. Ela disse
que nunca presenciou uma briga entre Adriana Moraes, de 39 anos, e o marido. A mulher depôs por cerca de uma hora na Divisão de Homicídios. "Trabalho com eles há oito meses, desde que a Jade nasceu, e eles pareciam viver bem e não costumavam brigar. Nunca vi nenhum problema entre eles", afirmou Rafaela.
A babá informou que trabalhava com a família durante a semana e que não estava na casa no momento do crime. Durante a confissão do crime, o marido suspeito disse que ele "costumava brigar muito" com a mulher. Nesta tarde, devem ser ouvidos ainda o irmão e a cunhada do suspeito, que também estavam na casa, e uma funcionária da casa de veraneio.
ConfissãoNa tarde de segunda-deira (24),
o homem de 37 anos admitiu ter matado a mulher e afilha de oito meses. A confissão foi feita na própria residência onde ocorreu o duplo homicídio durante um procedimento de perícia da Polícia Civil. "Ele chorou e disse que estava arrependido. Falou que teve uma discussão banal com a mulher antes de dormir e que atirou nela depois que se deitou. Ele disse que não lembra o motivo da briga", afirmou a delegada Socorro Portela.
A Polícia Civil encontrou coleção de armas
no apartamento do casal (Foto: Polícia Civil) Armas apreendidas
Na madrugada de segunda-feira (24), a Polícia Civil encontrou dentro da residência do gaúcho Marcelo Barberena Moraes, no Bairro Cocó, em Fortaleza, uma coleção de armas de fogo. Durante uma vistoria no apartamento a Policia Civil encontrou revólveres calibre 22 e 32, espingardas de pressão, cinco garruchas ( arma de fogo de cano curto, semelhante a uma pistola ou revólver), dardos e munições. Segundo a delegada da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Socorro Portela, o suspeito não tinha permissão para usar as armas.